segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O HIPOCONDRÍACO

O HIPOCONDRÍACO

Percebo o coração quase infartado
Bater-me forte e surdo igual  parando
E o peito comprimido de já quando
A morte se insinua em meio ao Fado.

Serei tolo de não ver meu estado?
Se 'inda me consome o mal nefando,
Cujo remorso é toda uma vida... Ou ando
Negando ainda o pulso desritmado?...

É... O ser não é mais que reticente
Exame de sinais vitais que osculto:
Um corpo me sentindo tão-somente.

Por desgraça, talvez morra pouco antes
De começar a vida! E, de repente,
Sofrer de todo o mal d'alguns instantes...

Betim - 10 11 1999

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