quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

FOGO MORTO

FOGO MORTO

O amor ardera até me reduzir
A cinzas de desejo ora apagado.
Qual engenho de fogo morto, o Fado
Fez-me ruína e pó sem mais porvir.

E o pouco que me resta é refletir
Sobre as contradições de meu estado...
Embora extinto o incêndio, rescaldado,
Meu corpo é calentura a ir e vir.

Levando-me a alegria e toda calma,
O amor ao me inflamar a essência d’alma
Esvaziara-me até a última gota.

Não vejo qualquer Fênix renascida
No sinistro que agora arrasa a vida.
Vejo apenas os campos da derrota...

Gov. Valadares - 31 03 1994

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