sexta-feira, 3 de março de 2017

APÓS O LEVANTE

APÓS O LEVANTE

No chão, poças de sangue entre os caídos...
Tropas marchando por ruas vazias,
Enquanto quedam mais e mais tardias
As sombras sobre mortos e feridos.

Exangues, rostos já desfalecidos
Que externavam inúteis agonias
Não clamarão por sob as lajes frias
O humílimo silêncio dos vencidos.

Por toda parte cacos de vidraça,
Entulhos e colunas de fumaça:
O caos d’onde irrompera a força bruta...

É restabelecer a qualquer custo
A ordem sob esse mando mais robusto,
Que à noite da cidade agora enluta.

Belo Horizonte – 28 02 2017

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