sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

SILOGISMO

SILOGISMO


Outra vez, terminou sem começar.

O amor primeiro tem como premissa 

Ser um archote cujo ardor se atiça 

Apenas para após ver se apagar. 


Vencendo a nulidade ao não amar, 

Por premissa segunda ou por preguiça, 

Sentimento que em vão se desperdiça 

É tesouro no fundo de ébrio mar... 


Se se arde por tão-só volver ao escuro 

E se não traz senão insanidade, 

Logo, não há no amor qualquer futuro. 

  

Mas, face a esta silógica verdade, 

Aonde levarás, desejo obscuro? 

A outro lugar-comum: Felicidade. 


Betim - 05 05 1996 

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