terça-feira, 23 de janeiro de 2018

À DERIVA

À DERIVA

Perdidos já o leme e a vela, corro 
Os olhos pelo oceano a ver o abismo 
Onde aprecio em meio ao cataclismo 
Lindas sereias cantando enquanto morro.

Vem tão-só um petrel em meu socorro 
E pouco pôde diante do que cismo 
A tempestade é um vão paroxismo 
Meu ao Universo sob olhar pachorro.

Não tenho muito tempo: Já a quilha 
Deixará de sulcar às ondas altas, 
Que se elevaram contra as minhas faltas.

Castigo ou não, resta a maravilha 
De saber quanto pôde o amor, por sorte, 
Ao me levar certeiro até a morte.

Betim - 15 12 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário